28 de Janeiro de 2010
Passagem de Drake

Escrevo a bordo do navio espanhol "Las Palmas". Estamos na Passagem de Drake, a caminho da Antárctida. O mar está calmo, com ondas de cerca de 4 a 5 metros, mas que chegam para que o navio balance de modo muito notório, pois está a receber as ondas de lado. Entrámos no Drake por volta das 2h da manhã, depois de termos cruzado o calmo canal Beagle. Foi nessa altura que os balanços começaram no camarote, mas nada que se compare com as ondas de 12 metros que aqui apanhei em 2000. De qualquer modo, agora mesmo, tive que interromper a escrita, porque o meu café se entornou na mesa...a segunda vez que me acontece hoje. A primeira foi na cozinha.

Até agora a viagem correu na perfeição. Nenhum dos voos que apanhei até Ushuaia se atrasou. A viagem de 24h foi longa, mas ainda não chegou a meio. Temos 3 a 4 dias de barco pela frente. Depois do Rio de Janeiro voei para o calor de Buenos Aires e daí para Ushuaia, passando pela desolação da pampa patagónica, bem visível na escala que fizemos em Trelew. Ao fim do dia 26, já em Ushuaia, encontrei-me com o meu colega Jim Bockheim, da Universidade de Madison-Wisconsin, um dos principais especialistas em criosolos e com 41 anos de experiência antárctica. É o participante norte-americano no projecto PERMANTAR-2, que ficará comigo durante o próximo mês. Ao jantar, encontrá-mo-nos com os espanhóis Miguel Angel de Pablo e António Molina com quem colaboramos desde há vários anos e que integram o projecto PERMAPLANET, financiado por Espanha e com actividades de colaboração com o PERMANTAR-2.

A partida de Ushuaia estava marcada para as 18h do dia 27/12, com embarque até às 16h. A manhã foi passada a tratar de alguns procedimentos alfandegários e a fazer compras de última hora, até que embarcámos e zarpámos à hora marcada.

Agora, em pleno Drake, há que lutar contra o enjoo, esperar e tentar aproveitar para pôr algum do trabalho atrasado em dia.
9/10/2012 10:44:38 am

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    Gonçalo Vieira é coordenador do Grupo de Investigação em Ambientes Antárcticos do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa (CEG/IGOT-UL) e relatará neste blogue a sua experiência como responsável pela campanha PERMANTAR-2. Este projecto, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, tem permitido a Portugal manter actividades regulares na região da Península Antárctica e a consolidar o seu papel internacional no estudo do solo permanentemente gelado (permafrost) e das consequências das alterações climáticas sobre ele.

    O PERMANTAR-2 é um projecto português que envolve parcerias com a Argentina, Brasil, Bulgária, Espanha e Estados Unidos da América.
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