Base Antárctica Espanhola Gabriel de Castilla
17 de Janeiro de 2011

Passámos o dia em Crater Lake, no sítio de monitorização de permafrost e da camada activa. Uma das actividades desta campanha é a instalação de um gerador eólico que nos vai permitir garantir energia durante todo o ano para um aparelho de monitorização da congelação do solo. Para a montagem do gerador, foi necessário transportar até Crater Lake cerca de 500kg de equipamento, actividade que levámos a cabo há alguns dias, com a ajuda dos militares da base. Chegou agora o momento de pôr mãos-à-obra e de construir a sapata de cimento de 450 kg, que vai servir para fixar o gerador. Depois de construir a armação de ferro que ficou colocada no interior da sapata, fiquei com o Ivo a preparar o cimento e a construir a sapata durante toda a tarde. Felizmente, esteve um vento moderado e não choveu, nem nevou, mas estavam cerca de 0ºC, o que acabou por ser refrescante, no meio de tanto trabalho. Terminámos às 19h00, completamente esgotados e aliviados por termos conseguido terminar a estrutura sem problemas. Fica a faltar colocar o gerador, que pesa cerca de 150 kg...será uma tarefa para o início de Fevereiro, a levar a cabo pelo Ivo, Gabriel e Horácio, da base argentina, com o apoio dos colegas espanhóis.

O processo de instalação do gerador eólico tem uma longa história, tendo passado por uma fase de avaliação de impacte ambiental, onde tivemos que garantir que o impacte da estrutura no terreno seria mínimo e transitório. Toda a montagem foi feita com o cuidado de não deixar resíduos e quando deixarmos de precisar de usar o gerador, teremos que desmontar toda a estrutura. Em princípio, ainda faltarão vários anos para isso suceder, pois este é um dos locais de monitorização do permafrost da Global Network for Permafrost, que tencionamos manter a longo prazo. Na Antárctida, todas as actividades científicas passam por processos de avaliação de impacte ambiental, tal como previsto no Protocolo de Protecção Ambiental do Tratado da Antárctida. Há ainda dois tipos de classificação para as áreas antárcticas protegidas: as ASMA (Antarctic Specially Managed Areas) e as ASPA (Antarctic Specially Protected Areas). A ilha Deception é, toda ela, uma ASMA, pelo que as actividades devem ser especialmente cuidadas, com um processo de avaliação de impacte ambiental especial. Nas ASPA, a protecção é muito maior e são áreas cujo acesso é mesmo proíbido, sem uma autorização especial.

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Ivo, Gabriel, eu e o Marc em Crater Lake.
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Ivo a fazer cimento para a sapata.
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Com o Ivo ao final do dia, orgulhosos da obra de arte.
f e p
2/9/2011 05:44:25 pm

gostámos de ver este blog.
Acho que é muito interessante!!!

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1/25/2012 04:33:31 am

Nice one info, thanks

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THX for info

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3/22/2012 10:53:03 am

will be restored quickly

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9/29/2012 04:01:08 am

good post

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    Gonçalo Vieira é coordenador do Grupo de Investigação em Ambientes Antárcticos do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa (CEG/IGOT-UL) e relatará neste blogue a sua experiência como responsável pela campanha PERMANTAR-2. Este projecto, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, tem permitido a Portugal manter actividades regulares na região da Península Antárctica e a consolidar o seu papel internacional no estudo do solo permanentemente gelado (permafrost) e das consequências das alterações climáticas sobre ele.

    O PERMANTAR-2 é um projecto português que envolve parcerias com a Argentina, Brasil, Bulgária, Espanha e Estados Unidos da América.
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