30 de Dezembro de 2010, 09h44

Estamos ancorados ao largo da ilha de King George, junto à Península Fildes, já nas ilhas Shetlands do Sul. Os mil quilómetros que nos separam da América do Sul correram na perfeição. As ondas foram relativamente pequenas para a Passagem de Drake. Cerca de 5 metros no primeiro dia, e 3 metros durante o dia de ontem. Apesar disso, fiquei surpreendido com o modo como o navio abana, mesmo com tão fraca ondulação. Uma parte significativa dos investigadores a bordo passou a maior parte do tempo na cama, por causa do enjoo. É uma situação que sucede sempre. No fim da travessia, começa a reunir-se toda a gente na sala do navio e percebemos que afinal somos bastante mais do que pensavamos...cerca de 16 investigadores a bordo.

Aproveitei o tempo a bordo para trabalhar no computador e para pôr o sono em dia. Reunimos também a equipa de investigação e estivemos a planear as actividades dos próximos dias, mas também a estudar fotografias de possíveis sítio para fazer as perfurações na próxima campanha. Isto, porque em Fevereiro de 2012, iremos participar na campanha norte-americana e com eles, perfurar na área da Base Pa1mer e num outro local da Península Antárctica ainda por definir.

A razão pela qual estamos ancorados, é porque se espera a chegada de um voo ao aerodromo de Frei com investigadores chilenos que deverão depois embarcar no nosso navio. Em princípio o avião deverá chegar ao final da manhã, vindo de Punta Arenas, no Chile, mas ainda não é certo que isso venha a acontecer. O tempo está com bastante nebulosidade e o voo, que devia ter chegado ontem, mas que foi adiado, pode sofrer o mesmo problema.

Em princípio, esta tarde desembarcaremos cientistas e equipamento na ilha Livingston e depois iremos para Deception, onde deveremos desembarcar hoje à noite ou amanhã de manhã.



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    Gonçalo Vieira é coordenador do Grupo de Investigação em Ambientes Antárcticos do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa (CEG/IGOT-UL) e relatará neste blogue a sua experiência como responsável pela campanha PERMANTAR-2. Este projecto, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, tem permitido a Portugal manter actividades regulares na região da Península Antárctica e a consolidar o seu papel internacional no estudo do solo permanentemente gelado (permafrost) e das consequências das alterações climáticas sobre ele.

    O PERMANTAR-2 é um projecto português que envolve parcerias com a Argentina, Brasil, Bulgária, Espanha e Estados Unidos da América.
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